“Ao nos aproximarmos da finalização de mais um ano é natural aquele refletir sobre o que fizemos nesses doze meses. Quais foram as conquistas, quais dissabores, o que fizemos de bom e o que poderíamos ter feito melhor. É um processo sadio, como nos ensinou Santo Agostinho na questão 919 em O Livro dos Espíritos.
E num ano de acontecimentos que nos escaparam ao controle, que balanço podemos fazer para que não fiquem apenas as lamentações. Sim, poderíamos apenas lamentar a ausência das crianças e adolescentes, que todos os dias pela manhã ou no início da tarde lá estavam em frente ao Colmeia, esperando para entrarem para suas atividades e convivência diária, acolhidos pela equipe de educadores, entendo como educadores todos os profissionais que lá atuam. Poderíamos lamentar não observarmos mais as crianças e adolescentes chegando aos sábados pela manhã, para o encontro com os voluntários da Evangelização, que lá estavam com tudo preparado, para juntos conversarem sobre as virtudes que nos fazem crescer.
Sentimos falta de ver as gestantes vindo em busca de orientações oferecidas pela equipe do Gestar, num trabalho belíssimo, toda quinta-feira à tarde. Do pessoal do “Corrente da Vida” que todas as quartas-feiras levava a atividade esportiva do voleibol e do basquete para a meninada. E a Adelaide Padilha, fiel voluntária, que toda terça-feira à tarde trazia seus saberes como educadora para auxiliar no processo de desenvolvimento intelectual daqueles que mais necessitavam.
E o que dizer das tardes de encontros do Conselho, todo segundo sábado do mês, com representantes de todas as áreas, com participação especial da criançada, apresentando suas demandas, oferecendo sua contribuição, debatendo os problemas e buscando soluções em conjunto para a melhoria daquele espaço.
Ao pensar nestas rotinas percebemos a importância que tem aquele local na Vila São Paulo. Numa conta rápida, mais de duzentas pessoas, entre crianças, adolescentes, adultos profissionais e voluntários, mais os familiares que nos visitam, buscam semanalmente o ambiente de convivência e aprendizagem.
Algumas atividades continuaram a serem oferecidas pela equipe Colmeia, como vimos relatando durante todos esses meses e que podem ser acompanhadas através de nossas mídias sociais, atitudes que amenizaram um pouco as necessidades de todos. A manutenção e melhoria dos espaços também vêm recebendo a atenção.
Mas, para finalizarmos esse balanço, talvez a pergunta mais importante que poderíamos fazer a nós mesmos seria: “Que aprendizado podemos assimilar desta experiência?” E a resposta talvez nos direcione para a valorização daquele ambiente, entendendo ambiente não por paredes e equipamentos, mas por centro de convergência e convivência. É ali que meninos e meninas de todas as idades se encontram para aprenderem uns com os outros a divina arte dos relacionamentos. Que o reencontro não tarde!”
Celso Cosci – coordenador do Projeto Colmeia